A batalha por corações e mentes, travada na seara da comunicação, é tão ou mais importante do que votos e discursos políticos. No século XXI, não há bem mais valioso do que a informação. E o jornalista, como mediador entre fontes e sociedade, precisa entender por que as notícias são como são e quais efeitos elas geram.
Neste livro, Felipe Pena aborda de forma clara e concisa conceitos e teorias do jornalismo, que vêm sempre acompanhados de exemplos. Ao mesmo tempo, mostra como desenvolver o pensamento crítico - necessário aos profissionais da área - associado à prática e ao conhecimento das técnicas de produção.
Além disso, a obra aborda tendências e alternativas, como a convergência tecnológica, o Conselho Federal de Jornalismo e a ética profissional nos veículos de comunicação de massa.
Qualquer teoria não passa de um reducionismo. Está na sua natureza. Se vou teorizar sobre determinado assunto, significa que quero enquadrá-lo sob um ponto de vista determinado. Mesmo que para isso utilize os mais diversos conceitos e as mais diversas metodologias. Ao final, meu trabalho acaba sendo reduzir os tais conceitos e as tais metodologias aos limites do próprio quadro teórico que proponho. Não adianta, é impossível escapar desta sina. Teorizar é uma tentativa desesperada de enquadrar interpretações críticas que, vistas sob qualquer outro ângulo, mostrariam-se muito mais complexas.
Então, para que escrever uma teoria do jornalismo? Pelo mesmo motivo que se fazem teorias nas mais diversas áreas: para aprofundar o conhecimento sobre elas. Por mais paradoxal que pareça, reduzir também é ampliar. Quando faço um recorte sobre um tema, meus métodos de análise promovem questões que podem servir para incentivar a criação de outros métodos, que vão produzir novas questões e assim por diante. A pertinência de qualquer pesquisa está nas perguntas, não nas respostas. Desde que o pesquisador tenha consciência do relativismo teórico e não se feche nos próprios hermetismos, a teorização pode ser muito útil. E não falo só dos círculos acadêmicos. Aliás, talvez sejam os profissionais do jornalismo os maiores beneficiários da teorização.
Sei que nós, jornalistas, detestamos os academicismos. Mas será que podemos prescindir de estudos críticos sobre a nossa profissão? Nosso saber é autônomo e somos auto-suficientes? Será que a imprensa tem tanta credibilidade assim para requerer autonomia? Estas perguntas estão no centro dos debates sobre a importância do campo jornalístico na sociedade contemporânea.
Título: Teoria do jornalismo -
Autor: Felipe Pena -
Editora: Contexto, 2005
ISBN: 8572442847, 9788572442848 -
Num. págs.: 235 páginas